O DUOMO DE MONREALE

Este não é mais um texto contando a história do Duomo de Monreale e sim a minha história com aquele lugar. Doze anos atrás, também num mês de março, fui apresentada a este lugar, primeiramente através de fotos magnificas que me faziam sonhar com um lugar tão lindo e que eu não havia sentido falar até aquela data. Como era possível, filha de siciliana nascida em Palermo? Pouco interesse, meu e da minha mãe em falar da sua terra natal. Mas, como tudo tem sua hora, primeiro com o curso de língua italiana e depois com o planejamento da minha primeira viagem àquela terra que, pouco a pouco, despertava minha curiosidade e meus pensamentos.
Cheguei na Itália pela primeira vez no dia 14 de novembro de 2007, depois de alguns passeios, o grande dia, ir para Palermo. Num misto de ansiedade e alegria, na linda manhã do dia 24 de novembro, coloquei pela primeira vez os meus pés naquela cidade e imediatamente fui capturada pelos rumores e odores de um lugar multiétnico, enriquecido por tantas civilizações que por ali passaram.
Na manhã do dia 25 fui gentilmente apresentada à Monreale e sua magnifica catedral dourada,” Il Duomo di Monreale”.
A construção é tão imponente, ocupa grande parte da cidadezinha no alto da colina, quase engolido pelas casas que o circundam, mas olhando a parte externa não fazia ideia daquilo que me esperava no seu interior; mosaicos e mais mosaicos coloridos, predominando o dourado. Uma beleza impar que captura o olhar e emociona a alma.
Mal sabia que a partir daquele momento aquele seria meu refúgio nas tristezas e nas alegrias. Quando quero pensar ou não, permanecendo em silêncio, olhando para o imenso Cristo Pantocrator que adorna a grande abside atrás do altar ou, simplesmente, observando os turistas que, estupefatos pela beleza não sabem para onde olhar primeiro e eu sorrio pensando, minha casa! Sim, minha casa, é assim que me sinto pois, só a nossa casa nos dá a sensação de proteção e acolhimento, quando estou ali pessoalmente, em tantas vezes que retornei e retornarei ainda, ou em pensamento, quando estou longe e preciso desse acolhimento é sempre para lá que eu vou.

Conhecer cada canto, admirar suas capelas, percorrer seus terraços e ter uma visão maravilhosa do entorno e de Palermo. Caminhar pelos corredores e galerias de artes onde um dia foi o dormitório dos monges Beneditinos. Adentrar no jardim do Claustro, entre as 228 colunas duplas e todas decoradas com motivos e materiais diferentes, sem falar da belíssima Fonte com uma palmeira estilizada que torna o lugar ainda mais encantador e me faz sonhar, quem sabe, com um tempo distante onde tudo era possível e pensando bem, ainda é...

Foto G.Giurintano
Foto Francisca Guimarães
Foto G.Giurintano
Foto Francisca Guimarães
Foto Francisca Guimarães

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